O Rio de Janeiro, a Cidade Maravilhosa, possui algumas das praias urbanas mais lindas do mundo. Suas paisagens incríveis com muita beleza natural e ambiente descontraído, são os destinos preferidos de muitos turistas e moradores. No entanto, esse cenário contrasta com um problema persistente que tem comprometido a qualidade do paraíso costeiro: o lixo. São inúmeros tipos de resíduos que comprometem a qualidade da areia e da água, colocando em risco a saúde humana, animal (pets) e a vida marinha.
As bitucas de cigarro são o símbolo mais extremo desse grave problema. São produzidos aproximadamente 6 trilhões de cigarros por ano no mundo, consumindo 32 milhões de toneladas de folhas de tabaco, gerando 80 milhões de toneladas de dióxido de carbono, CO2.
Anualmente, milhões de toneladas desses resíduos tóxicos são despejados nas praias, poluindo nossos ecossistemas marinhos e costeiros. Em um estudo inédito, realizado em 2020 pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), revelou que os banhistas que frequentam as praias no país dividem espaço, em média, a cada trecho de 8 quilômetros, com mais de 200 mil bitucas de cigarro, 15 mil lacres, tampas e aneis de lata, 150 mil fragmentos de plásticos diversos, 7 mil palitos de sorvete e churrasco e 19 mil hastes plásticas de pirulitos e cotonetes.
O impacto ambiental é alarmante. As bitucas de cigarro contêm materiais tóxicos, como acetato de celulose, alcatrão e produtos químicos do tabaco. Quando essas substâncias entram em contato com a água do mar, ocorre a liberação de poluentes que afetam a vida marinha. Peixes e aves frequentemente ingerem fragmentos de bitucas, resultando em consequências negativas para a saúde da fauna marinha e, eventualmente, para a nossa própria saúde, uma vez que estamos no topo da cadeia alimentar. Além disso, as crianças que brincam despreocupadamente na areia podem entrar em contato com resíduos tóxicos de bitucas, expondo-se a riscos indesejados.
Estamos apenas no início, mas não vamos parar até que a Revolução das Bitucas também possa incluir a cidade do Rio de Janeiro no rol de cases de sucesso em conscientização ambiental, responsabilização da indústria, proposições legislativas e, principalmente, a valorização do maior ativo da nossa cidade: a natureza!